Frankenstein ( Mary Shelley -1816)

        Frankenstein ou o Prometeu Moderno (Frankenstein: or the Modern Prometheus, no original em inglês), mais conhecido simplesmente por Frankenstein, é um romance de terror gótico com inspirações do movimento romântico, de autoria de Mary Shelley, escritora britânica nascida em Londres. É considerada a primeira obra de ficção científica da história.

         A obra possui como protagonistas Victor Frankenstein , quando criança, um entusiasta da ciência, alquimia e inovações e quando adulto: aristocrata, rico e criador de um ser vivo a partir de restos humanos saqueados de cemitérios. 

           " ....para meu intento procurei partes humanas sem serventias no cemitério.."

           A criatura, que surgiu do engenho e ganância de Victor, é Formado por partes costuradas e despertadas pelos conhecimentos de Victor. Um ser que não pediu para vir ao mundo , nem sabe o propósito o propósito e muito menos é acolhido pelo criador.

             Por ser uma obra gótica, possui cenário medieval, enredo melodramático e temas recorrentes. Numa relação dualística de abandono e procura do criador surge  mistos de emoções como ressentimento, raiva e medo - ocorre a narrativa. Vemos os dois pontos do abandono. Um dos principais abandonos é não ter nome . O comum "Frankstein " é resultado do apreço pela cultura pop. Desta forma a Victor nunca poderá se esconder de não ter acolhido aquilo que ele pós no mundo.

    

            Victor cria por genialidade, ganância e auto aprovação. Não existe raios de tempestades, nem gritos de alegrias, muito menos uma fera nascida com ódio e raiva. A bestialiazação de Frankenstein  é recurso do cinema, para criar um perigo, uma urgência, algo para lutarmos contra, algo para odiar. 

            No original Frankenstein   nasce com corpanzil de homem, amarelo ( diferente do tradicional verde ) , com medo, assustado e ingênuo. Isso provoca uma sensação de pena, pois foi negado os estágios de fragilidade de uma criança e ele carrega os fardos de ser adulto, grande, sem ter sido ensinado. Nasce sem saber se comunicação, fala ou escrita. O amarelo transmite a ideai de fruta para apodrecer, como as maçãs, ou uma fruta madura, como manga, ou aspecto grotesco, como uma pus . 

    

            Aterrorizado com as gamas de emoções e estímulos do mundo, como frio, vento, calor, fome , ele sobrevive e revela as dificuldades de viver e não ser bem visto, mesmo não ter cometido erro algum. Ele não cometeu nenhum crime, exceto de viver, mesmo assim é perseguido pela forma, mesmo mostrando erudição. As competências intelectuais são autodidatas, uma vez que Victor abandona o filho. 

               O melo drama surge ao vermos conflitos humanos, como, abandono, rejeição familiar, preconceito da aparência, ódio gratuito, escapismos dos laços e procura por companhia. A cada frase de Frankenstein vemos a erudição dele e notamos o quanto seria perfeito uma ópera cantada, ou uma peça teatral. A leitura decorre como uma peça, ver focos de luzes guinado a atenção.

 O terror de Victor é provocado pela culpa dele criar algo feio, não por profanar a criação de vida, roubo, abandono. Neste momento vemos o egocentrismo dele, não suportar criar algo desvirtuado dos próprios ideais estéticos.

            

POESIA FRANKENSTEIN

Juntando pedaços

Auriga de sonhos retalhados

Ligando cérebro e coração

Num amontoado de palavras insepultas

Fazendo o desconexo original

Ganhar nexo imparcial.

Veias, terminações nervosas

Estômago, intestino.

Sangue negro flui pelo papel

O corpo da poesia reavivada

No trovão da imaginação na noite.

Poeta Frankenstein

Cientista orador

E sua cria poesia

Saída de túmulos

Mortos empilhados

Rosas sangradas

No peito canteiro,

Fenda para o abismo.

Poesia remendada

Costurada, feita bela

Da mutilação do poeta.

Talvez, nada esteja mais morto ou mais vivo,

Que o poeta intermediário, ambíguo

Indeciso entre a vida e a morte.

Aparição

Quimera humana.

Criador

Criação

Criatura

Poesia morta-viva

Poeta Frankenstein.

Thiago Lucarini